Tuesday, 9 November 2010


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COMUNICADO DE IMPRENSA

Queixa das ONGA sobre Programa Nacional de Barragens

poderá ser encerrada sem fundamento pela CE

Cerca de 2,5 anos depois de apresentada queixa junto da Comissão Europeia contra o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) por numerosas infracções à legislação ambiental comunitária, as ONGA envolvidas são finalmente informadas da intenção da Comissão Europeia: ENCERRAMENTO, alegadamente por “não haver evidências” de que o PNBEPH viole a legislação aplicável.

Com conclusões baseadas num documento de resposta do governo português pejado de afirmações sem fundamento, com numerosas contradições e fugindo deliberadamente ao espírito da lei, a Comissão Europeia mostra uma lamentável subserviência perante o Governo Português e os interesses das grandes empresas eléctricas.

As ONGA signatárias responderam contestando ponto a ponto a argumentação do Governo Português, repetida pela Comissão.

O essencial da nossa posição:

O suposto “superior interesse público” do PNBEPH é repetidamente invocado mas nunca demonstrado. É um facto que o PNBEPH inteiro, que vai destruir irreversivelmente oito a dez troços de rio (dos mais valiosos do país, em termos de biodiversidade e paisagens únicas), tem um efeito minúsculo (representa apenas 3% do consumo de electricidade, menos de 1% do consumo final de energia e cerca de 1% das emissões de GEE do País), efeito este totalmente obliterado em menos de um ano de crescimento dos consumos de electricidade, se nada for feito para inverter a tendência actual.

A Comissão aceita uma avaliação ambiental estratégica (AAE) parcial e incompetente, quando o que está em causa não é seleccionar 10 de entre 25 barragens, mas sim avaliar se o PNBEPH é aceitável, face aos objectivos concretos que propõe e face às alternativas possíveis.

Entre outros aspectos, numa avaliação estratégica é essencial avaliar os impactes cumulativos, que pela sua natureza não podem ser avaliados de forma compartimentada por projecto, e que não foram avaliados de todo: em particular, os riscos cumulativos da dezena de novas barragens para as populações ribeirinhas, para a erosão do litoral, para a qualidade da água e para a fragmentação de habitats lóticos e ribeirinhos, raros e ameaçados. (As conclusões de que o PNBEPH não apresenta uma adequada avaliação dos impactes dos aproveitamentos sobre a água e ignora os respectivos impactes cumulativos são confirmadas por um estudo independente encomendado pela própria Comissão ao consórcio Arcadis/Atecna).

Os estudos de impacte ambiental e o estudo da Arcadis/Atecna são claríssimos sobre os graves impactes sociais e ecológicos, afectando uma população empobrecida, agravando as perspectivas de desenvolvimento local, destruindo irreversivelmente ecossistemas raros e protegidos e paisagens de rara beleza.

A discussão de possíveis soluções energéticas alternativas resume-se a falsas opções quando a verdadeira alternativa é evidentemente a aposta na eficiência energética, que o PNBEPH (e a política energética portuguesa em geral) desprezam totalmente.

O argumento de que o PNBEPH seria um “investimento privado” é falso: em última análise, é sempre o consumidor-contribuinte que paga, como se constata com a revelação dos encargos reais das famigeradas “parcerias público-privadas”. O PNBEPH impõe um investimento de 3000 M€, implicando custos futuros com um horizonte de concessão de 75 (setenta e cinco) anos. Somando ao investimento inicial os encargos financeiros, manutenção e lucro das empresas eléctricas, dentro de três quartos de século o PNBEPH terá custado aos consumidores e contribuintes portugueses não menos de 7000 M€ – mais um encargo brutal em cima dos que já se anunciam por força da crise. Inutilmente! A mesma quantidade de electricidade poderia ser poupada com medidas de uso eficiente da energia, na indústria e nos edifícios, com investimentos 10 (dez) vezes mais baixos, na casa dos 300 M€, com períodos de retorno até três anos, portanto economicamente positivas para as famílias e as empresas.

Quanto ao argumento da necessidade das novas barragens para armazenar a energia eólica recorrendo à bombagem hidroeléctrica, é igualmente falso. Com as centrais de bombagem existentes ou em construção, já temos mais de 2500 MW disponíveis, muito além do que o próprio PNBEPH afirma ser necessário para esta função.

A questão da variação de potencial hídrico perante as alterações climáticas é desvalorizada pela CE, quando o PNBEPH tem o alegado objectivo de combater as alterações climáticas. Ou seja, a Comissão pensa que este objectivo (cifrado em menos de 1% das emissões de GEE e absorvido por um ano de incremento de consumos de electricidade) é relevante para justificar o interesse público do projecto, mas já não é relevante para equacionar alterações nos recursos hídricos que poderão ter quebras na casa dos 20% a 50%.

A solução? Uma política energética a sério, com enfoque na promoção proactiva do uso eficiente da energia.

Lisboa, 08 de Novembro de 2010

As Direcções Nacionais

LPN, GEOTA, Quercus, FAPAS, COAGRET, SPEA , Campo Aberto, Grupo Flamingo e CEAI

Para mais informações:

Joanaz de Melo (GEOTA): 962 853 066 / Melissa Shinn (QUERCUS): 91 74 74 474 / LPN : 217 780 097

Carta de resposta (e documentos anexos) disponíveis em:

http://www.lpn.pt/LPNPortal/DesktopModules/CidadaniaAmbientalDetalhes.aspx?ItemID=739&Mid=39&tindex=29&tid=13

Thursday, 11 March 2010


14 de Março de 2010, 10h00-13h00
Reunião de Vontades, Ideias e Projectos Para Um Vale do Tua Vivo!
Casal de Tralhariz (Carrazeda de Ansiães)

Monday, 15 February 2010

bracaralêndia: Ao sabor dos poderes...

bracaralêndia: Ao sabor dos poderes...

as relações perigosas do pinóquio em terras do Baixo Sabor.
Bentos, Pedrosos e filhos-de-uma-grandessíssima-Lena

Monday, 19 October 2009

Marcha pela Linha do Tua - domingo 25/10/2009

No próximo domingo, 25 de Outubro de 2009, a COAGRET-Portugal organiza mais uma Marcha pela Linha do Tua, no troço [Mirandela
(em comboio)] - Carvalhais - Romeu. O ponto de encontro é às 10h00 na sede da COAGRET-Portugal, no nº 4 da Estação de Caminhos de Ferro de Mirandela (edifício histórico).
Trata-se do 9º percurso que organizamos, como protesto e exigência de uma Linha de caminho de ferro remodelada, segura, re-aberta desde Foz Tua (Douro) até Bragança (aeroporto regional) e estendida até Puebla de Sanabria (paragem de trem de alta velocidade).

JUNTE-SE A NÓS! pelo futuro de Trás-os-Montes sem mais barragens malditas.

solicite a FICHA DE INSCRIÇÃO via correio electrónico para <coagret.pt@gmail.com> ou telm: (+351)919104809
(notas: a inscrição é individual, obrigatória e gratuita, pelo que a responsabilidade na participação é estritamente pessoal. O pagamento de refeições, com marcação prévia de 48horas, é feita directamente ao restaurante local)


Pedro Felgar Couteiro
COAGRET-Portugal

Já estreou! no DOC Lisboa

Foi uma sala cheia no cinema Londres que assistiu à primeira exibição do documentário "PARE, ESCUTE, OLHE". Um sucesso!
O filme expõe ao ridículo uma classe política nacional afasta da realidade do país, mal informada, mal formada e com obscuros interesses pessoais. A realidade em torno da vida dos habitantes da aldeia da Ribeirinha (Vila Flor) traz-lhe um lado humano divertido e dramático, provando que as decisões de secretária de poderes miserabilistas afectam o futuro e mesmo a sobrevivência de toda uma região...

Muitos parabéns! Agora é não parar e levar o filme às salas de cinema do país e estrangeiro, exibi-lo na televisão e editá-lo em DVD. Para que a percepção da patifaria não fique, mais uma vez, apenas na memória de uns poucos.


Pedro Felgar Couteiro
COAGRET-Portugal
https://coagret.wordpress.com
http://escateq.wordpress.com

Thursday, 15 October 2009

"Pare, Escute, Olhe" liga-se à sociedade civil

,
A partir de um documentário rodado durante mais de 2 anos, Jorge Pelicano (realizador) e Rosa Silva (produtora) contactaram com as pessoas e colectivos que mais se empenharam na defesa e divulgação da histórica Linha do Tua, do seu vale cénico e do seu rio excepcional para a pesca e a canoagem.
Mas há muitos mais, cada vez mais, cidadãos e organizações que discordam e, à sua maneira lutam pela manutenção deste património, deste recurso, desta região.

Este blog será uma forma de promover e expor mais esse esforço, acompanhando a exibição da obra cinematográfica, ligando os diferentes actores e sendo quase um portal de informações sobre como salvar o Tua

Este vale, que vale tanto, ainda há-de ter futuro apesar de tudo e todos os maus da fita que nenhum jornalista até agora se predispôs a investigar e denunciar...
A luta é dura, chegou muitas vezes a ser solitária, mas este documentário (que ainda não vi na totalidade) é seguramente uma luz ao fundo do túnel.


Bem haja Jorge e Rosa,

Pedro Felgar Couteiro
COAGRET-Portugal
https://coagret.wordpress.com
http://escateq.wordpress.com